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Arte Minimal e Instalações

"No futuro, a materialização concreta dos valores pictóricos suplantará a arte. Então, já não precisaremos de quadros, pois viveremos no meio da arte realizada". Piet Mondrian

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Ambientes inspirados nas linhas e cores de Piet Mondrian
 Fotos aqui e aqui

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Arte e arquitetura minimalista se fundem criando espaços marcados pela repetição de forma e pela geometria. As instalações bi ou tridimensionais brincam com a escala de luz, formato, superfície, cor e relação com o ambiente. 
Donald Judd

Repetição  

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O artista usou com frequencia o plano de parede em suas obras tridimensionais. Essa repetição é em geral ralativamente natural: "uma coisa depois da outra", como Judd expressa.As formas simples não são complicadas por arranjos dinâmicos ou instáveis, tampouco se adiciona qualquer ornamentação.
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Carl Andre
O trabalho é reunido e ordenado em vez de construido e composto. Não é esculpido ou modelado, mas cavilhado ou simplesmente empilhado. O material é mais industrial do que artístico. "Arte é o que fazemos. Cultura é o que fazem de nós". Carl Andre utilizou a matéria, criando objetos solitários e minimalistas, por vezes as suas obras lembram elementos da cultura, mas trata-se de uma ilusão provocada, ou antes uma provocação ilusória. 
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Dan Flavin - tubos de luz fluorescente e acessórios
"Considero objetável o convite para participar de sua exposição de "arte minimal" sem título. Não aprecio a designação de minha proposta como a de algum "movimento" dúbio, jocoso, epitético, proto-histórico". Dan Flavin, 1967 
Há um problema com a arte minimal: ela nunca existiu. Pelo menos para a maioria dos artistas que são usualmente agrupados sob esse rótulo, ela foi, na melhor das hipóteses, sem sentido e, na pior, um termo frustrantemente enganoso. No entanto, em 1963 e 2965, vários artistas estabelecidos em Nova York começaram a expor independentemente trabalhos tridimensionais que, para muitos comentadores, tinham o suficiente em comum para ser discutidos, expostos, e assim tornados públicos, como algo parecido com um movimento. Alguns nomes foram cunhados para esses novos trabalhos - incluindo "ABC art", "rejective art" e "literaltism" - mas "arte minimal" ou "minimalismo" foi o rótulo que pegou. E se o ensaio de Richard Wollheim, "Minimal art", publicado no começo de 1965, batizou realmente o movimento cuja existência é negada pelos artistas associados a ele, é uma ironia apropriada, pois o texto de Wollheim não discute nenhum dos artistas cujo trabalho subsequentemente veio ser rotulado de "minimal".

Desde meados dos anos 60, o adjetivo minimalista tem sido estirado em todas as direções para cobrir um conjunto tão amplo de escultura e pintura (e outras formas de arte) que perdeu quaisquer limites a que alguma vez possa (ou não) ter proposto. Quase todo trabalho aproximadamente geométrico, vagamente austero, mais ou menos monocromático e de aparência geral abstrata foi ou é provável rotulado de minimal num ou noutro momento. E inversamente, quase qualquer coisa rotulada de minimal será automaticamente vista por alguns por austera, monocromática, abstrata, e assim por diante, independentemente de sua aparência afetiva. Além disso, nomes de grupo como minimalismo não só servem para homogenizar corpos de trabalho que seriam apenas superficialmente semelhantes, como também, ao mesmo temp0, separam esse trabalho de outro material que pode ser apenas superficialmente diferente. A história da arte depois dos anos 50 está semeada de novas classificações: "neo-dadá", "assemblage", "pop art", "post painterly abstraction" [abstração pós-pictórica] etc.; e na maioria das vezes obras listadas sob um tópico tem sido isoladas - na crítica, em exposições, na história da arte, e na imprensa - e mantidas afastadas de obras agrupadas sob qualquer outro tópico. Só muito raramente comentadores notaram relações entre obras de categorias aparentemente exclusivas, embora os artistas façam isso todo o tempo.

Fonte:
Texto (introdução) extraido do livro Movimentos da Arte Moderna - MINIMALISMO - David Batchelor Arte Minimal, Arte Conteitual, Artes da Terra, Instalação

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8 comentários:

  1. Bem, bem, não precisarmos de quadros é uma maneira de dizer.
    O quadro SERÁ sempre o "espaço"
    além do espaço em que nos encontramos.

    Saudações
    João

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  2. João

    Também concordo e acredito que a boa arte jamais deixará de estar presente na nossa vida.
    Os movimentos artísticos sempre estarão em evolução, e nossas paredes não ficarão nuas pois temos discernimento, consciência, noção de estética, beleza e sempre haverá espaço para a arte: seja exposta ao nosso olhar, seja dentro do nosso espírito.

    Obrigada pelo comentário

    Beijo

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  3. Elma, a arte seguiu a evolução dos suportes, primeiro com as artes decorativas, que passou a abranger também os objetos do cotidiano, e em seguida com as produções utilizando o computador, com a passagem de 2 dimensões a 3 (ou 4 se incluimos o som) e também com a integração do expectador. Ela se estendeu tanto que hoje nem se sabe o que é arte e o que não é. Acho tudo isto válido, desde que enriqueça nosso universo e que nos traga emoções, de preferência agradáveis.
    Parabéns pelo post, muito instrutivo e que nos faz refletir.
    Um grande beijo.

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  4. Desde mis BLOGS:

    --- HORAS ROTAS ---

    y

    --- AULA DE PAZ ----

    quiero presentarme

    en esta nueva apertura

    del eminente otoño.

    Tiempo que aprovecho

    ahora para desear

    un feliz reingreso en

    la actividad diaria.

    Así como INVITAROS

    a mis BLOGS:

    --- HORAS ROTAS ---

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    con el deseo de que

    estos sean del agrado

    personal.

    Momentos para compartir

    con un fuerte abrazo de

    emociones, imaginación y

    paz. Abiertos a la comunicación

    siempre.


    afectuosamente :
    ESPAçO DAS ARTES






    --- Te sigo tu blog:
    ESPAçO DAS ARTES ---






    jose

    ramon…

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  5. Maria Augusta
    Obrigada pela sua sempre valorosa presença nesse espaço.
    É verdade que a Arte sempre se estende, vai continuar por muitos outros caminhos sempre com mudanças. Só espero que essas mudanças não venham distanciar a verdadeira arte, dos nossos sentimentos de nossa apreciação e deleite intelectual, e não abro mão da estética, do equilíbrio das formas, da harmonia de cores para expressar uma idéia ou criação.
    Vejo um contra-senso muito grande nos conceitos de certa arte que justifica essa mudança por achar que ela deve servir a todos de uma mesma forma, ou que deve valer pela sua idéia.
    Até aí tudo bem se fosse tomado ao pé da letra. Só não posso entender como é que uma arte feita para ser entendida por qualquer classe social ou intelectual possa estar no valor da quantidade de diamantes que só o publico “pagante” pode por as mãos, conforme sua disposição em cifras - $$$$
    Será então essa arte feita para a burguesia e para o público abastado?
    .
    Arte é o conhecimento usado para realizar determinadas habilidades ou beleza transcendente de um produto de atividade humana."

    Beijos querida.

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  6. A concepção espacial de Mondrian exerceu profunda influência sobre a valorização da funcionalidade vital dos espaços e percebemos isso até sem querer quando observamos as linhas retas horizontais e verticais limitando, mas as cores por serem tão fortes, também dão essa impressão de limitação e espaço. Beijus

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  7. Luma
    Muito bom seu comentário e com uma ótima observação em relação aos limites de espaço.
    Mas acredito também que devido a grande capacidade de transcendência da arte, podemos ter a liberdade de recriar e incorporar as cores de nossa preferência.
    Obrigada querida, gosto muito de receber sua visita e ter suas opiniões.
    Beijooo

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  8. Elma, seu blog está muito bonito! O visual valoriza as fotos e o texto.
    Vou voltar para ler com calma...

    Recebi um pedido seu para Follow o meu Twitter e estou dando OK, mas minha conexão está péssima hoje e não consigo enviar... Na verdade entrei no Twitter para ter idéia de como funciona... parece legal. Depois te aviso se consegui dar ok. Obrigada!
    Bjs.

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