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A psicose na Arte


Nunca esqueço da frase de Stravinsky ''A obra de arte deve ser exaltante''. (...). Muitos artistas se acham ''militantes'', mas estão abrindo mão da reflexão na arte para o eixo do mal capitalista. Críticos e curadores seguem de cabeça baixa, sem coragem de denunciar oportunismos, por medo de serem chamados de caretas ou reacionários. Será que o "novo" não pode ser um " belo" que denuncie, (...) a injusta vida?"
Fui ver a Bienal de Veneza. A sensação dominante é a de um vasto depósito de lixo ou de ruínas ou de despejos da civilização. Os pavilhões de todos os países repetem os mesmos códigos e repertórios: terra arrasada, materiais brutos e sujos, desarmonia, assimetria, uma busca deliberada da feiúra, (...), uma clara vergonha de ser "arte", vergonha de provocar sentimentos de prazer. A fruição poética é impedida, por ser ''burguesa'', como se o prazer fosse uma coisa reacionária, "alienada", ignorando o "mal do mundo", que tem de ser esfregado na cara do espectador para que ele não esqueça o horror social e político que nos assola. (...) na linha direta da herança mal-entendida e descontextualizada de Duchamp, o estraga-prazeres dos anos 20."
A Bienal de Veneza (furada, aqui e ali, por alguns talentos individuais, claro) virou um parque temático de deprimidos, (...), um muro de lamentações inúteis. Não adianta mais "chocar" ninguém, pois nada é mais chocante que as chuvas de bombas, a miséria global e a estupidez universal do inferno de hoje. O absurdismo do pós-guerra, nos anos 50, a arte pop, todo o desespero crítico ou paródico tinham um claro alvo construtivo em sua militância. (...). Trecho de Arnaldo Jabor. Ler mais aqui

Quando a intenção é chocar...

Marcel Duchamp começou sua carreira como artista criando pinturas de inspiração impressionista, expressionista e cubista.
Se se considera que a característica essencial do Dadaísmo é a atitude antiarte, Duchamp é o dadaísta por excelência.
A Fonte, obra que fez repercutir o nome de Duchamp ao redor do mundo - especialmente depois de sua morte -, está baseada nesse conceito de ready made ( objeto pronto): pensada inicialmente por Duchamp (que, para esconder o seu nome, enviou-a com a assinatura "R. Mutt", que se lê ao lado da peça) para figurar entre as obras a serem julgadas para um concurso de arte promovido nos Estados Unidos, a escultura foi rejeitada pelo júri, uma vez que, na avaliação deste, não havia nela nenhum sinal de labor artístico. Com efeito, trata-se de um urinol comum, branco e esmaltado, comprado numa loja de construção e assim mesmo enviado ao júri; entretanto, a despeito do gesto iconoclasta de Duchamp, há quem veja nas formas do urinol uma semelhança com as formas femininas, de modo que se pode ensaiar uma explicação psicanalítica, quando se tem em mente o membro masculino lançando urina sobre a forma feminina. Fonte da Fonte.

A arte do deboche


Merda de artista enlatada: "Merda não, respeito, isso é ARTE".

Muitas latas explodiram, resultado de corrosão e de gases em expansão.

Em Maio de 1961, Piero Manzoni fez 90 latas de conserva com a etiqueta "Merda d’artista" escrita em italiano, francês, inglês, alemão e numeradas de 1 a 90. A lata contém excrementos do artista, industrialmente fechada, com o peso líquido de 30 gramas e na época, Piero Manzoni propôs vender cada uma das latas, ao preço equivalente em ouro. O mais incrível de tudo é que as vendeu. A explicação artística para este sucesso, é que a Merda d’artista, alude metaforicamente com ironia à origem profunda do trabalho do artista e no sentido mais vasto, ao Homem que produz com criatividade. Atualmente, esta lata de merda, encontra-se em diversos museus e coleções particulares por todo mundo, a número 4 por exemplo, está exposta no Tate Modern de Londres e o seu valor está estimado em trinta mil Euros". Art-Mode-Design-com.

Serão estes os rumos da arte Contemporânea??

'For the Love of God', (Pelo Amor de Deus) do artista britanico - o mais importante do Reino Unido, Damien Hirst - Vendido por 100 000 000 USD (cem milhões de dólares), consiste num crânio com mais de oito mil diamantes incrustados. O montante desta transação é o mais alto pago até à data por uma obra de um artista vivo.
‘Arte Mórbida’ - A morte é o tema central da sua obra, que sempre esteve rodeada de grande polêmica mais ou menos premeditada e por conseguinte de um grande seguimento mediático; por exemplo, as autoridades de Nova Iorque proibiram a exposição do seu "casal morto fodendo duas vezes", dos cadáveres de um touro e uma vaca flutuando em formol. Wikpédia.

Arte macabra - esqueleto de uma criança numa encubadora.

Vaca "em conserva" - Arte contemporânea

Ironia, cinismo e niilismo anárquico

Tracey Emin - artista britânica
"Certamente estou vivendo o ápice da minha carreira", disse a artista nascida em Londres em 1963. "À medida que estou ficando mais velha, meu trabalho está indo para um caminho muito mais pessoal e intimista."

Obra "Suffer Love I" (2009) - Galeria White Cube em Londres

'O que me preocupava antes era sexo, não o dinheiro. Sexo manteve-me na cama e ele me levou de manhã, mas agora está desaparecendo rapidamente. Eu não sou tão louca por sexo como antes, agora eu estou mais interessada em idéias ", diz a artista ao jornal 'The Guardian'. Ler aqui no El Mundo.
Emin apresenta o corpo e a própria sexualidade como fonte e objeto da sua arte na Bienal de Veneza, quando apresentou numa das salas desenhos totalmente dedicados aos orgãos sexuais masculinos.
Entre os trabalhos mais provocantes de Tracey estão , que visitou galerias em metade do mundo e causou controvérsia quando foi exposto na mostra do Turner - o prêmio mais importante de arte concedido na Grã-Bretanha -, em 1999, por mostrar sua própria cama desfeita, com lençóis, absorventes e camisinhas usadas, garrafas de vodka vazias e restos de cigarros.

A artista britânica, tem como modelos Egon Schiele e Munch

Cloaca: Cloaca é a câmara onde se abrem o canal intestinal, o aparelho urinário e o aparelho genital das aves, dos répteis e dos peixes cartilagíneos.

Hoje a nova arte também fabrica cocô e vende aos vivitantes. ( qual é o valor do conhecimento?)
" Ah, dinheiro velho!". US$$
Obra e arte do artista belga Wim Delvoye.

Há alguns anos atrás vi na na TV Cultura, uma reportagem sobre uma defesa de tese com estudantes de ciências em uma universidade do Japão de como fazer cocô usando como base o tipo de alimentação e a produção de enzimas etc... numa demonstração acompanhada passo a passo, mostrando como resultado final as fezes humanas. Quando ví a Cloaca de Wim Delvoye, lembrei-me desse documentário.
Este "artista" é polêmico por tatuar porcos, criar a maquina do cocô e agora por vender pele tatuada!
Escultora decidiu reciclar 'cocô de cavalo' e utilizá-los em sua obra

A artista norte-americana Susan Bell, que mora na cidade de Denver, no estado do Colorado (EUA), decidiu reciclar o excremento dos seus dois cavalos e fazer esculturas de animais, como coelhos, patos, sapos, gatos, tartarugas e esquilos. Segundo Susan, a ideia de utilizar o estrume para fazer suas esculturas surgiu após ver uma exposição em Nova York, que apresentava obras de arte criadas a partir de fezes humanas de autoria do carioca Cildo Meirelles ( Brasil). Se é que dá para se chamar 'obra de arte', mas até nome tinha, se chamava Ku Kka Ka Kka e mereceu especial atenção de parte da mídia brasileira. A propósito, coloquei imagem da "obra" para não passar por mentiroso. (É dose...É a legitima exposição de mer..). Os preços de suas obras variam entre US$ 8 e US$ 28, segundo o seu site Dung Bunnies. Fonte: aquí
"Obras" valem US$$$

Em outubro de 2008 o artista brasileiro Cildo Meirelles apresentou sua primeira grande exposição individual no Reino Unido, na Tate Modern montando um expressivo, eloquente e criativo “arranjo” de bosta com flores e tudo.

7 comentários:

  1. ... E, às 6 da manhã, a empregada de limpeza da galeria, varreu para o lixo os "cacos" espanhados pelo chão, indignada com tanto "vandalismo" onde o senhor estrangeiro iria inaugurar a sua exposição às 9 horas exactas...

    Abraço
    João

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  2. Aff!! Essa incapacidade atual de chocar pela beleza, que se tornou vulgar, querem justificar a arte, levando-a para o lado trash! Eu não gosto disso, Elma! Perco até o apetite!! :( Infelizmente esse processo de evitar a fruição estética, o prazer, a poesia, também já está em curso na literatura. Beijus

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  3. Muito importante este post, que traz a grande questão "O que é considerado arte atualmente". Para muitos a resposta é "tudo que choca, que sacode o que está estabelecido" e estes não medem os meios para atingir seu fim. Pessoalmente acho que o sentimento que a obra desperta no expectador é que define um objeto de arte, seja bom ou mau. E é claro que preferimos sentir algo positivo diante de um objeto de arte, afinal a realidade já é suficientemente chocante.
    Um grande beijo.

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  4. Elma, Que arte?????? Que"obra", heim? Ah!!!!!!!!!!!!! assim todo mundo faz, todos os dias, desde que o homem é homem, até a consumacão do mundo. Definitivamente não gosto. Adoro arte de verdade, adoro seus quadros e todos que chegam na minha sala se encantam com seus quadros.
    bjooooooooooooo
    Jane

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  5. Talvez Piero Manzoni não soubesse exatamente onde chegaria com suas fezes enlatadas, mas seu trabalho tinha um forte embasamento crítico. E sua crítica é válida até hoje. Ele falava da produção artística vigente, da discussão sobre o que é arte, e etc.
    Usar o mesmo material hoje, em um trabalho que não acrescenta nada para ninguém não é nem chocante. É vergonhoso.
    --
    O livro "A Grande Feira", de Luciano Trigo, aborda essas e muitas outras questões relacionadas à arte contemporânea. Vale a pena ler.
    Abs,
    QUIM Alcantara
    artista plástico

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  6. A capacidade de nos exaltarmos perante a arte, perante algo belo, poético, é admiràval! A capacidade de nos chocarmos também. Nao devemos perder nem uma nem outra. A critica através de elementos escultoricos executados, bem ou mal, por um "artista", nao deve confundir-nos...ha limites dentro de cada um de nos para aquilo a que podemos chamar arte. A minha comparaçao para esse limite, seria o mesmo que chamar arte a uma musica rap chamada "mother fucker" e com gestos obscenos dos dedos. Isso nem é arte nem musica. Na pintura e na escultura também ha "mother fuckers". So basta que tenhamos uma boa capacidade interpretativa para os identificar...e saber falar a "lingua" da arte.

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  7. Rogerio Franco
    Sei que sou muito rigorosa, crítica e exigente em relação a arte, porque acredito que ela deve ser sinônimo de beleza, algo do espiritual que deve transmitir uma sensação de plenitude e fora das questões sociais. Penso que essas devem ser tratadas pelos sociólogos e que eles teriam que se empenhar mais nos chamativos para essas causas tão complexas. Já a sociedade exige dos artistas uma posição política de testemunhar e denunciar através de sua arte, toda a sujeira do mundo como se fossem juízes dessa mesma sociedade. Esse é o meu ponto de vista, mas nada impede que o artista seja politizado e esteja por dentro do que acontece ao seu redor nessas questões, porém...não como principal função. Muitas pessoas cobram do artista o dever de estar engajado a fim de colocar suas críticas apelativas.
    E veja que nessa politicagem toda, tem muito artista se prostituindo em troca de celebridade porque na verdade, ganhar dinheiro com a arte pode ser difícil para muitos e quando eles alcançam a fama podem realizar seus anseios financeiros como sempre despejando uma dita “arte” de má qualidade, e os compradores adquirem essas obras, deixam a mídia divulgar e com isso também ganham notoriedade – maior ambição desses milionários excêntricos.
    Obrigada por suas palavras que enriquecem o Espaço das Artes.

    Volte mais vezes.


    o

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" ARTE é o conhecimento usado para realizar determinadas habilidades ou beleza transcendente de um produto de atividade humana".


Elma

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