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Arte - Sobre o movimento


O movimento na arte de Paul Klee
Paul Klee - At the core 1935 - Óleo s/ tela
A vida não existe sem movimento e o movimento não existe sem a vida. O movimento é a expressão da vida. Todos os movimentos são de natureza espacial. A continuidade do movimento através de todo espaço gera ritmo. Portanto, ritmo é a expressão da vida no espaço.
O movimento se desenvolve a partir de sensações profundas. Há movimentos de fora para dentro do espaço  e movimentos de dentro para fora do espaço, ambos expressos através da forma e da cor. 
O produto de dois movimentos contrários é a tensão. Quando a tensão — a força de trabalho — está expressa na obra, isso faz com que ela seja dotada de um vívido efeito de forças coordenadas, mas opostas.
O movimento tal, como o percebemos, pode apresentar-se com duas ou três dimensões. Sobre uma tela plana ele há de ter necessariamente duas dimensões. O movimento tridimensional só pode ser expresso no plano pictórico como bidimensional, pois, na verdade, não se pode dar profundidade à superfície do quadro, mas apenas uma sensação dela.
Pela mesma razão, não se pode realmente produzir o movimento sobre a superfície do quadro — o que se tem é a sua sensação. Profundidade e movimento encontram expressão formal na mobilidade artificiosa dos planos e linhas dentro da superfície do quadro.
A tensão gerada por dois movimentos contrários, obtida através da ordenação e da unidade plástica, se equipara à experiência de vida do artista e à disciplina que ele se impõe. Isso suscita uma reação de simpatia da parte do observador. O equilíbrio de diversos fatores contrastantes gera uma vida de muitas facetas, embora unificada.
Uma representação plástica que não, seja regida pelo movimento e pelo ritmo é uma forma morta, portanto inexpressiva.
A forma é o invólucro da vida. A forma se nos revela como algo vivo nas suas tensões de superfície. Essas tensões são controladas pela magia das forças vivas. Somente quando a vida é vista em toda sua plenitude é que a forma apresenta suas grandes tensões de superfície. A forma se reduz e se dissolve quando a vida desaparece, dando lugar a um espaço frio e inanimado. Com a dissolução da forma, resta apenas o nada irrepreensível.


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