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Invisible- art - arte do futuro?


ARTE CONTEMPORÂNEA

Arte invisível
"Só porque você não pode ver nada, não significa que eu não coloquei horas de trabalho para a criação de uma determinada peça. A arte é sobre a imaginação e é isso que minhas exigências de trabalho das pessoas que interagem com ela. Você tem que imaginar uma pintura ou escultura é na frente de você". Lana Newstrom , artista

Suas obras invisíveis pode valer mais de um milhão de dólares.

Lana Newstrom, arte invisível

Na visão dos hiper ultra artistas intelectuais. A arte do futuro. 

Vamos todos jogar fora nossos pinceis, telas, tintas, vamos cruzar os braços e pensar... pensar... pensar... colocar nossas ideias numa mochila vazia, alça-la nas costas e fazer introspecções sobre nosso conteúdo humano, nossos equívocos e imaginar na grandiosidade dos privilégios dessas grandes ideias.

Essa obra  não é para ver, mas, para pensar o que você pintaria no espaço vazio. É o mesmo que ouvir uma música sem notas musicais, passa a imaginar ali sua própria melodia e abraçar a si mesmo. É a consciência de sua própria vida, pois, pelo visto há muita dúvida se realmente existimos neste mundo, o vazio interior faz as pessoas ficarem mais introspectivas para ver se conseguem encontrar a si próprios já que perderam o colorido.

Uma mulher olhando para o quadro branco em uma galeria de arte

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Edvard Munch


A  arte é o oposto da natureza. Uma obra de arte só pode provir do interior do homem. A arte é a forma da imagem formada dos nervos, do coração, do cérebro e do olho do homem. A arte é a compulsão do homem para cristalização. A natureza é o único grande reino de que a arte se alimenta. A natureza não é apenas o que o olho pode ver. Ela mostra também as imagens interiores da alma. As imagens que ficam do lado de trás dos olhos.”

 EDVARD MUNCH, Arte e natureza, 1907.

Arte digital para impressão em Gliclée

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Arte digital pronta para impressão


Arte digital da artista plástica Elma Carneiro
Formada por elementos gráficos de pixel.


"Nós não usamos a razão o suficiente. Nós negligenciamos nossas faculdades, do raciocínio, questionamento e ceticismo. Nós não a usamos de mais, nós a usamos de menos. Será um grande dia quando isso existir em abundância". Cristopher Hitchens

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Formação de elementos espontâneos, repetidos, e iluminação


Padrão ISO Gicleé

Arte contemporânea e o romantismo - Mark Rothko

"Os românticos foram instigados" Mark Rothko, 1947


Os românticos foram instigados a buscar motivos exóticos e a viajar para lugares distantes. Não compreenderam que, embora o transcendental deva envolver o estranho e desconhecido, nem tudo o que é estranho e pouco conhecido é transcendental. A hostilidade da sociedade para com sua atividade é difícil de ser aceita pelo artista. Não obstante, essa hostilidade pode servir como um fermento para a verdadeira liberação. Livre de um falso sentimento de segurança e comunidade, o artista pode abandonar seu talão de cheques bancários, tal como abandonou outras formas de segurança. Tanto o sentimento de comunidade como o de segurança dependem do que é familiar. Livre deles, as experiências transcendentais se tornam possíveis.
Mark Rothko-black-in-deep-red-
Vejo meus quadros como dramas; as formas nos quadros são os personagens. Estes foram criados a partir da necessidade de um grupo de atores que sejam capazes de movimentar-se dramaticamente, sem embaraço, e de fazer gestos sem timidez. Nem a ação nem os atores podem ser previstos ou descritos antecipadamente. Começam como uma aventura desconhecida num espaço desconhecido. É o momento de conclusão que, num lampejo de conhecimento, se vê que tem a quantidade e a função que se pretendia. As ideias e planos que existiam na mente no início foram simplesmente a porta pela qual deixamos o mundo nos quais correm [Compare-se a declaração de Rothko de que as formas são os atores numa ação que pode ser prevista, com a pintura em ação]. Assim os grandes quadros cubistas transcenderam e refutaram as implicações do programa cubista.
A mais importante ferramenta que um artista cria com a prática constante é a fé na sua capacidade de produzir milagres quando estes se fazem necessários. Os quadros devem ser milagrosos: no instante em que um deles é concluído, a intimidade entre a criação e o criador termina. Ele passa a ser um estranho. O quadro deve ser, para ele, tal como é para qualquer pessoa que o vê mais tarde, uma revelação, uma solução inesperada e sem precedentes de uma necessidade eternamente familiar.

Das formas:
Elas são elementos singulares de uma situação singular.
São organismos com vontade e uma paixão de auto-afirmação.
Movimentam-se com liberdade interna e sem necessidade de violar ou conformar-se àquilo que é provável no mundo conhecido.
Não tem associação direta com nenhuma experiência específica visível, mas nelas reconhecemos o princípio e a paixão dos organismos.
A apresentação desse drama no mundo familiar nunca foi possível, a menos que os atos cotidianos pertencessem a um ritual aceito como relativo a um mundo transcendente.
Até mesmo o artista arcaico, que tinha uma estranha virtuosidade, sentiu necessidade de criar um grupo de deuses e semideuses intermediários, monstruosos, híbridos. A diferença é que como o artista arcaico vivia numa sociedade mais prática do que a nossa, a necessidade de uma experiência transcendente era compreendida e gozava de uma situação oficial. Em consequência, a figura humana e outros elementos do mundo familiar se combinariam com a representação ou participariam como um todo dos excessos que caracterizam essa improvável hierarquia. Para nós, o disfarce tem que ser completo. A identidade familiar das coisas precisa ser pulverizada para destruir as associações finitas com que a nossa  sociedade envolve, cada vez mais, todos os aspectos do nosso ambiente.
Em monstros e deuses, a arte não pode representar o nosso drama: seus momentos mais profundos expressam essa frustração. Quando foram abandonados como superstições insustentáveis, a arte mergulhou na melancolia. Tornou-se sombria e envolveu seus objetos nas insinuações nostálgicas de um mundo semi-iluminado. Para mim, as grandes realizações dos séculos nos quais o artista aceitou o provável e o familiar como seus motivos foram os quadros da figura humana isolada ─ sozinha, num momento de total imobilidade.
Mas  a figura solitária não poderia levantar seus braços e pernas num único gesto que pudesse indicar sua preocupação com a realidade da mortalidade e com um apetite insaciável pela experiência ubíqua em face dessa realidade. Nem poderia a solidão ser superada. Essas figuras só podiam reunir-se em praias, ruas e parques pela coincidência e, com suas companheiras, formar um tableau vivant (pintura viva) da incomunicabilidade humana.
Não acredito que tenha havido jamais essa questão de ser abstrato ou figurativo. O que realmente importa é acabar com esse silêncio e essa solidão, respirar e estender novamente os braços.



Arte - Sobre o movimento


O movimento na arte de Paul Klee
Paul Klee - At the core 1935 - Óleo s/ tela
A vida não existe sem movimento e o movimento não existe sem a vida. O movimento é a expressão da vida. Todos os movimentos são de natureza espacial. A continuidade do movimento através de todo espaço gera ritmo. Portanto, ritmo é a expressão da vida no espaço.
O movimento se desenvolve a partir de sensações profundas. Há movimentos de fora para dentro do espaço  e movimentos de dentro para fora do espaço, ambos expressos através da forma e da cor. 
O produto de dois movimentos contrários é a tensão. Quando a tensão — a força de trabalho — está expressa na obra, isso faz com que ela seja dotada de um vívido efeito de forças coordenadas, mas opostas.
O movimento tal, como o percebemos, pode apresentar-se com duas ou três dimensões. Sobre uma tela plana ele há de ter necessariamente duas dimensões. O movimento tridimensional só pode ser expresso no plano pictórico como bidimensional, pois, na verdade, não se pode dar profundidade à superfície do quadro, mas apenas uma sensação dela.
Pela mesma razão, não se pode realmente produzir o movimento sobre a superfície do quadro — o que se tem é a sua sensação. Profundidade e movimento encontram expressão formal na mobilidade artificiosa dos planos e linhas dentro da superfície do quadro.
A tensão gerada por dois movimentos contrários, obtida através da ordenação e da unidade plástica, se equipara à experiência de vida do artista e à disciplina que ele se impõe. Isso suscita uma reação de simpatia da parte do observador. O equilíbrio de diversos fatores contrastantes gera uma vida de muitas facetas, embora unificada.
Uma representação plástica que não, seja regida pelo movimento e pelo ritmo é uma forma morta, portanto inexpressiva.
A forma é o invólucro da vida. A forma se nos revela como algo vivo nas suas tensões de superfície. Essas tensões são controladas pela magia das forças vivas. Somente quando a vida é vista em toda sua plenitude é que a forma apresenta suas grandes tensões de superfície. A forma se reduz e se dissolve quando a vida desaparece, dando lugar a um espaço frio e inanimado. Com a dissolução da forma, resta apenas o nada irrepreensível.


Hans Hofmann - Arte Contemporânea
Teorias da Arte Moderna - H.B. CHIPP

Considerações sobre a arte e a criação



Hans Hofmann, pintor germano-americano e professor teórico,  é uma das figuras mais importantes da arte americana do pós-guerra. Célebre por suas exuberantes, telas cheias de cores, desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento do expressionismo abstrato. 

Hans Hofmann em seu atelier pintando uma obra
Hans Hofmann e uma de suas obras

Excertos de suas aulas.

Termos

      Natureza: 
A fonte de toda inspiração.
Se o artista buscar os seus trabalhos diretamente na natureza, na memória ou na fantasia, a natureza sempre será a fonte dos seus impulsos criadores.

      O Artista:
É o agente em cujo pensamento a natureza se transforma numa fonte de criação.
O artista aborda os seus problemas do ponto de vista metafísico. Sua faculdade intuitiva de sentir as propriedades inerentes às coisas domina o seu instinto criativo.

       Criação
É a síntese do ponto de vista do artista, da matéria, do espaço e da cor.
A criação não é a reprodução do fato observado.

      Espaço positivo:
É a presença da matéria visível

      Espaço negativo:
É a configuração ou a "constelação" dos vazios entre e em volta da matéria visível.

      Cor:
No sentido científico, partículas de luz: no sentido artístico, a percepção das diferenças plásticas e psicológicas da nuanças de luz.  Essas diferenças são concebidas como intervalos de cor, os quais se assemelham às tensões, vale dizer, às forças correlacionadas entre duas ou mais formas sólidas.
      Visão:
Na natureza, a luz cria a sensação de cor; num quadro, a cor cria a luz. É o estímulo do nervo ótico causado pela luz; artificialmente, é a consciência das variações na natureza desse estímulo que permite a distinção do espaço negativo do positivo e da cor.
      Empatia:
É a projeção imaginativa da consciência de uma pessoa sobre a outra, ou sobre alguma coisa. na experiência visual, a faculdade intuitiva para sentir as propriedades das relações (ou tensões) formais e espaciais e descobrir as características plásticas e psicológicas da forma e da cor.

      Meio de expressão:
São os meios materiais através dos quais as ideias e emoções adquirem uma determinada forma visível.
Cada meio de expressão tem sua própria natureza e vida, de acordo com as quais os impulsos criativos são visualizados. O artista deve não só interpretar criatividade  a sua experiência da natureza como também traduzir o seu sentimento da natureza numa interpretação criativa do meio de expressão. A natureza do meio de expressão se faz em parte através do entendimento da natureza e em parte através do processo de criação.

      Plano pictórico:
É o plano ou superfície onde a pintura existe. A essência do plano pictórico é a total ausência de revelo. Plano é sinônimo de duas expressões.

      Plasticidade:
É a transferência da percepção tridimensional para duas dimensões. Uma obra de arte é plástica quando a mensagem pictórica está integrada ao plano pictórico e quando a  natureza está incorporada aos termos das propriedades do meio de expressão.

      Espiritualidade:
É a síntese intelectual e emocional das relações percebidas, racional ou intuitivamente, na natureza. 
A espiritualidade no sentido artístico não se confunde com a conotação religiosa.

      Realidade:
Artisticamente é uma consciência. 
Há dois tipos de realidade: a física, apreendida pelos sentidos, e a espiritual, criada, emocional e intelectualmente, pelos poderes conscientes e inconscientes da mente.

Fim


O primeiro homem foi um artista


Série: LEITURA sobre artes
Texto colhido do livro Teorias da Arte Modernade H.B. CHIPP. Barnett Newman- 1947
Postagem original colhida AQUI
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Bisão da Caverna de Altamira c.15.000 - 12.000 a. C - comprimento do bisão: 195 cm- Patrimônio Mundial da UNESCO.
As pinturas das paredes das cavernas de Altamira ao norte da Espanha foram as primeiras a serem descobertas. A descoberta ocorrida em 1879 esse bisão foi pintado no teto de um longo e estreito corredor que sai de uma caverna subterrânea em Altamira, o bisão não está sozinho ao decorrer da caverna a manada se une e encontram-se javalis , mamutes e outros animais desejados pelo homem.

O conceito da arte do período paleolítico 

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O primeiro homem era um artista.
Uma ciência da paleontologia fundamentada nessa afirmação poderia ser formulada se partisse do postulado de que o ato estético sempre antecedeu o ato social. A arte totêmica de pasmo frente ao ancestral-tigre ocorreu antes do ato de assassinato. É importante lembrar que a necessidade de sonho é mais forte do que qualquer outra necessidade utilitária. Na linguagem da ciência, a necessidade de compreender o desconhecido.
A primeira expressão do homem, como seu primeiro sonho, foi estética. A fala foi uma explosão poética, e não uma exigência da comunicação. O homem original, ao gritar suas consoantes, o fez como uma manifestação de espanto e raiva ante o estado trágico de sua autoconsciência e de sua impotência diante do nada. Filósofos e semióticos estão começando a aceitar o conceito de que, se definirmos a linguagem como a capacidade de comunicar por meio de sinais, sons ou gestos, então a linguagem é uma força animal. Quem quer que  tenha observado o pombo comum dar voltas em torno de sua fêmea sabe que ela sabe o que ele quer.
O que há de humano na linguagem é a literatura, e não a comunicação. O primeiro grito do homem foi uma canção. A primeira tentativa de comunicação de um homem com seu semelhante foi um grito de força e debilidade solene, e não um pedido de um pouco de água. Até o animal faz uma frustrada tentativa de poesia. Os ornitólogos explicam o canto do galo como uma explosão extática do seu poder. O mergulhão que desliza solitário pelo lago, com quem se está comunicando? O cão solitário uiva para a lua. Poderemos dizer que o primeiro homem chamou o sol e as estrelas de Deus como ato de comunicação, e só depois de ter terminado o trabalho do dia? O mito veio antes da caça. O objetivo da primeira fala do homem foi dirigir-se ao desconhecido. Seu comportamento teve origem em sua natureza artística.

Assim como a primeira fala do homem foi poética antes de se tornar utilitária, o homem construiu primeiro um ídolo de barro antes de imaginar um machado. A mão do homem fez correr o galho seco pelo barro para traçar uma linha antes de aprender a jogar esse galho como uma lança. Os arqueólogos nos dizem que a cabeça do machado sugeriu o ídolo com cabeça de machado. Ambos são encontrados nas mesmas camadas e podem ter sido contemporâneos. Talvez seja certo que o ídolo de cabeça de machado não poderia ter sido sem ferramentas como o machado, mas isso é uma divisão de trabalho,, e não do tempo, já que a figura de barro foi anterior tanto à figura de pedra como ao machado. (Uma figura pode ser feita de barro, mas um machado, não.) A imagem de Deus, e não a cerâmica, foi o primeiro ato manual. Foi a corrupção materialista da antropologia de hoje que nos tentou convencer de que o homem original fez cerâmica antes de fazer escultura, A cerâmica é produto de civilização. O ato artístico é a marca pessoal do homem.

A mais antiga história dos desejos do homem prova que o significado do mundo não pode ser encontrada no ato social. O exame do primeiro capítulo de gêneses proporciona melhor chave para o sonho humano. Ao autor arcaico era inconcebível que o homem original, Adão, tivesse sido posto na terra apara ser um trabalhador, para ser um animal social. Os impulsos criadores do escritor disseram-lhe que a origem do homem foi a de um artista que o colocou no Jardim do Éden, perto da Árvore do Conhecimento do bem e do mal, no mais alto sentido da revelação divina. A queda do homem foi entendida pelo autor e pelo seu público não como uma queda da Utopia para a luta, como uma queda da Graça para o Pecado, mas sim que Adão, ao comer da Árvore do Conhecimento, buscou a vida criativa para ser, como Deus, "um criador de mundos", para usarmos a frase de Rashi, e foi reduzido à vida de trabalho em consequência de um castigo ciumento.
A explicação da queda do homem está em nossa incapacidade de viver a vida do criador. Foi uma queda do bem, e não da vida abundante. E é precisamente sob esse aspecto que o artista está hoje lutando para uma aproximação  com a verdade sobre o homem original maior do que aquela que pode ser pretendida pelo paleontólogo, pois o poeta e o artista é que se preocupam com a função do homem original e lutam para chegar ao seu estado criativo.
Qual a razão de ser, qual a a explicação do impulso aparentemente insano que o homem sente para ser pintor e poeta, senão a de um ato de defesa contra sua queda e uma afirmação de sua volta ao Adão do jardim do Éden? Pois  os artistas são os primeiros homens.




Arte pela arte (ars gratia artis)

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Arte abstrata

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Uma arte que oferece a liberdade ao observador de interpretar a obra, assim como oferece ao artista a oportunidade de se expressar de maneira original e espontânea.

Traços espontâneos da arte abstrata sem apego ao mundo exterior, sugere o início de uma arte feita com raciocínio e emoção num momento de abstração - lápis-de-cor  aquarelável.
Arte pela arte (ars gratia artis) é uma teoria que postula a autonomia da arte, isto a noção de que a arte deve ter como único objetivo proporcionar prazer estético, alheando-se de quaisquer outros fins ou valores. Embora se possa afirmar que a ideia da autonomia da arte radica, em última análise, na Poética de Aristóteles (uma obra em que se não contemplam propósitos didáticos para o fenômeno estético), é a partir dos finais do séc. XVIII que ela surge plenamente consciencializada. 
 A partir dessa década, falar de Arte pela Arte significa falar de esteticismo.

Entende-se por arte abstrata a arte visual que não representa nenhum objeto concreto, apenas uma ideia ou conceito. É a exteriorização da arte, do artista e da concepção artística. Chamado de abstracionismo, e surgido no início do seculo XX, este estilo brinca com as cores e formas para dar significado à ideia sugerida pela artista, ficando a interpretação da obra uma escolha individual.

A arte abstrata oferece a liberdade ao observador de interpretar a obra, assim como oferece ao artista a oportunidade de se expressar de maneira original e, muitas vezes, misteriosa. A relação entre cor, forma, superfícies, linhas e traçados é forte neste estilo, sendo o trabalho "não representacional", surge da influência das vanguardas europeias que recusaram a estética clássica das escolas de arte. A arte abstrata sintetiza os elementos da realidade natural numa forma figurativa, fugindo da exatidão nos traços. O abstracionismo divide-se em duas tendências: Abstracionismo lírico (expressivo) e Abstracionismo geométrico.

Primeiras pinceladas nascidas da intuição criativa
O inicio de uma obra de arte nas primeiras pinceladas  de uma tela  abstrata
As formas e as cores vão se desenvolvendo conforme a criatividade do artista - tela de Elma Carneiro
A Arte Abstrata é uma forma de arte que não busca nem demonstra o mundo que está ao nosso redor. São obras que não representam objetos reconhecidos. A arte abstrata refere-se especialmente às formas de arte do século XX, quando a ideia da arte como imitação da natureza foi abandonada.
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"Assim sendo, a  criação artística é um processo mental e a obra de arte está no espírito do artista”. Croce .


Minhas divagações coloridas


Deu-me vontade de expor aqui neste espaço que afinal de contas é meu mesmo, e falar um pouquinho sobre a arte que venho desenvolvendo ultimamente que é a do abstracionismo lírico. Digo minha quase arte abstrata, visto que ainda me vejo presa por alguns traços figurativos, apesar de não ser este o estilo da minha pintura, pois, que por um bom tempo ainda fazia o abstracionismo geométrico e que eu gostava e gosto muito.
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Geometria abstrata- técnica mista sobre madeira
Acontece que de repente resolvi mudar totalmente de formas, deixar de lado a régua, os cálculos, soltar as amarras, deitar e rolar com a liberdade de criar por conta própria, dar vazão e me envolver entre curvas, formas retorcidas entre si criando, deslizando entre elas as maravilhosas cores da vida vindas da natureza das coisas que só são reveladas pelos raios do sol ou pela ciência como a poeira cósmica, a cor dos gases das nebulosas do nosso universo com a espontaneidade da sua dinâmica infinita.
Estreando esta mostragem pessoal,  deixo pelo menos quatro fotos do meu trabalho recente a partir de janeiro de em 2015.
As vezes, inesperadamente me vejo embaralhada entre linhas insinuantes que tomam corpo mesmo confusas, se ajeitando por si mesmas, sem rumo certo, sem compromisso, fluídas, naturais, buscando do arco-iris, suas nuanças para colorir e se iluminar, outras me vejo tentando encontrar equilíbrio entre formas ainda não muito bem definidas. E assim vou até entrar num consenso entre elas e com minhas coerências. O ato de criar é assim mesmo... há que ter momentos instáveis, conturbados,  para alcançar pelo menos uma aproximação com o ideal de cada um.

As novas formas e o novo colorido da arte abstrata de Elma Carneiro
Óleo s/tela
Formas em desfoque
Azul
Acrílica s/tela [detalhe]

Elma Carneiro 
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Convido o leitor a conhecer minha arte no site artes-elma-carneiro, e percorrer suas páginas. Confira meus caminhos e conheça as várias fases por qual passei até os dias de hoje.

Para chegar até lá você pode clicar no link ou na imagem abaixo. Obrigada

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Arte Popular brasileira - Carrancas

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No Brasil, a Arte Popular é provavelmente a arte mais praticada no país, por razões históricas, sociais e geográficas. Não se pode, entretanto, confundir arte com artesanato, embora as fronteiras entre ambos nem sempre tenham contornos claros.
Arte popular é aquela em que o artista aprende seu ofício como escultura, modelagem e outros, sem terem frequentado escolas de artes. Mas criam obras de reconhecido valor estético e artístico. A arte popular é intuitiva e trata de valores locais, regionais; representa crenças, lendas, costumes típicos de determinada cultura. O artista popular traduz o universo no qual ele vive, seu dia-a-dia humilde e, muitas vezes, difícil.
Para afugentar maus espíritos e o azar, carranca na proa do navio

Carrancas



Manifestações genuínas da arte popular brasileira, as Carrancas são encontradas não apenas na proa de embarcações do Rio São Francisco, mas também em ambientes decorados e em museus pelo mundo.

Lendas e superstições na arte Popular


 No Vale do São Francisco, acredita-se que as Carrancas protegem os barqueiros e remeiros dos bichos do rio ou de acidentes e afogamentos, dando três gemidos quando há iminência de perigo.

São produzidas em madeira e representam figuras zooantropomorfas - construção de animais e humanas

As carrancas são esculturas de madeira, figurativas, com temas humanos ou de animais, usada na proa das embarcações que navegam pelo Rio São Francisco, no nordeste brasileiro, com a finalidade de afugentar os maus espíritos e proteger de infortúnios.

Em geral, elas tem expressões agressivas e são pintadas com cores fortes. São feitas principalmente por artistas ribeirinhos, chamados carranqueiros. Com vários tamanhos, são usados para espantar o maus espíritos.

As mais populares são encontradas nas embarcações que cruzam o rio São Francisco.
Pintura abstrata inspirada nas máscaras ou carrancas astecas - JFMachados
Pintura do artista Jailson Sever



O artista e a importância do desenho


Francis Bacon - 2009/1992 -  arte figurativa
Não, essa obra não é resultado  de alguém que desconhece as proporções anatômicas do corpo humano ou de quem  não sabe desenhar.
Ao observar  um quadro  do artista Francis Bacon  se depara com suas figuras grotescas e distorcidas, porém, são recursos propositais para expressar sua linguagem pictórica vinda de uma intensa busca de situações complexas observadas por fora ou talvez por dentro de si mesmo.
 Para alcançar esse nível de construção artística, ele não apareceu de repente através de algum fenômeno como o do Big Bang.
Bacon não se fez da noite para o dia e certamente nunca foi um pintor de final de semana.
Um artista nasce com seu dom, mas, ainda não está apto para formalizar sua capacidade criativa sem antes firmar-se no exercício do desenho colocando em ativa seu sistema sensorial que passa a ser enriquecido com o fazer artístico.

Não pular etapas


Os primeiros passos que um novo artista vai ter que trilhar é sem dúvida criar intimidade com o desenho. O desenho é fundamental para ele, é o suporte que dá estrutura, é o esqueleto para dar sustentabilidade a sua arte facilitando sobremaneira a expressão exata que você deseja transmitir no ato espontâneo do CRIAR. Se você pular etapas, certamente vai encontrar obstáculos na hora de interpretar uma ideia concebida.

Estilo e identidade


Após dominar essa fase inclusive com o acréscimo das cores, treinando sombras, luminosidade, perspectivas, observando a distância e proximidade pretendida, volume, você estará apto para suas próprias formas, criando então um estilo o que vai personalizar sua maneira de se expressar de acordo com o momento criativo com mais desempenho e praticidade.

Desenho de Van Gogh - Canal, outubro 1872, primavera 1873
Não se esqueça de que, para um bom artista, seus próprios desenhos são por si só uma obra de arte porque é dali que foi germinada a ideia de uma nova obra.

A princípio...

Papel jornal

Você vai precisar de uma folha de papel jornal, sulfite ou canson e lápis para desenho que vai do 9 H ao 9B, incluindo o F e HB, (eu gosto do 6B) e uma caixa de lápis de cor aquarelável para a segunda etapa do seu desenho quando você vai aplicar as cores, isto é: dar mais vida ao seu trabalho

Tipos de lápis para desenho
É bom que você comece com formas  simples usando o  lápis inclinado, delineando o conteúdo pretendido. e para dar forma  observe as sombras, trabalhando os contornos deixando a parte clara para dar brilho e volume. Depois de treinar no papel jornal, você já poderá passar para os papéis mais nobres como o sulfite, canson ou outros próprios para desenho.
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Para o preenchimento dos seus desenhos, use qualquer tipo de traço, desde que esse traço seja repetitivo e você  venha a completar todos os elementos sem falhas na superfície.
Lápis de cor aquarelável
O lápis aquarelável tanto pode ser usado com água ou sem água. Sem água faz a pintura normal, porém, se for usar com pouquinha água então pode ser o papel da marca canson com gramatura 140, mas, se for usar bastante água então tem q ter gramatura maior. Quanto maior a gramatura mais grosso é o papel. Se usar papel fino ele vai enrugar e pode até rasgar.

Lápis de cor em papel canson
Você poderá desenvolver algumas técnicas de desenho com o lápis aquarelável acessando o site Estúdio de arte- Faber Castell.

O  futuro artista começa a desenhar formas que fazem parte de sua visão habitual e familiar. São objetos, uma árvore, uma casinha, um animal, figuras geométricas, traços aleatórios [vindos de uma fase mais evoluída], brotada da  abstração  do desapego das formalidades que lhe dá liberdade para mergulhar dentro de sua mente a fim de desenvolver a criatividade arrancando de dentro do seu  intelecto suas próprias formas e cores dando-lhes motivos e razões que,  inclusive  quando ampliadas com o decorrer da prática. vai definir um perfil, criar estilo próprio, registrar uma marca pessoal.

Observar:  luz, sombra, cor, volume, proporção, verticalidade-horizontalidade,  movimento.

Disciplina: Estabelecer um horário para trabalhar no desenho.


Quando ir para uma tela em branco?

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Você terá que estar dominando com espontaneidade suas formas pretendidas afim de começar a passar suas experiências para uma tela. Não tenha medo de errar e se errar o que pode ser normal, há sempre um jeito de corrigir.


Elma Carneiro
Convido o leitor a conhecer minha arte no site artes-elma-carneiro, e percorrer suas páginas. Confira meus caminhos e conheça as várias fases por qual passei até os dias de hoje.

Para chegar até lá você pode clicar no link ou na imagem abaixo. Obrigada


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Veja também a postagem Van Gohg por Van Gohg neste espaço de artes clicando no link ou na imagem abaixo.




Falando sobre arte: Chovendo no molhado (Ferreira Gullar)

 
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Falando com sinceridade: você acha mesmo que pôr cocô numa lata é fazer obra de arte? Teve um cara que fez isso e o que ele quis dizer, ao mandar a latinha com merda para uma galeria de arte, é que arte é merda, certo? Ele estava copiando Marcel Duchamp.

Tratava-se de um protesto? Sim, pode ser, mas protestar não é, por si só, fazer arte. Aliás, há muita poesia de protesto que de poesia não tem nada. É que arte de protesto, antes de tudo, tem que ser arte.  

É verdade que o conceito de arte foi mistificado e houve época mesmo em que a habilidade técnica era tida como arte. Mas tudo isso foi posto abaixo pelos verdadeiros artistas. Aliás, a revolução estética, que marcou o início da arte moderna, consistiu precisamente em repelir essa falsa concepção de arte. 

Picasso disse certa vez: "Estou pintando uma tela, vou pôr ali um azul; se não tenho azul, ponho um verde". Essa frase, que pode parecer uma piada, é de fato a desmistificação da atividade artística. O que ele disse, de fato, foi que a criação artística nasce de um jogo de acaso e necessidade. 

É que, ao iniciar o quadro, a tela está em branco, tudo ali pode acontecer, mas, desde o momento em que se lança a primeira pincelada, reduz-se a probabilidade e começa o processo que irá tornando necessário o que era mero acaso. Isso porque a pintura é uma linguagem, com leis e exigências, que não estão escritas, em função das quais a obra ganha coerência e significação.

 Expressão, em princípio, tudo é, já que o que existe expressa algo, tem um significado, seja um gato, uma pedra, uma mancha na parede. Mas são diferentes o significado natural que cada coisa tem e o significado criado pelo músico ao trabalhar a linguagem musical, pelo poeta ao trabalhar a linguagem literária, pelo pintor ao trabalhar a linguagem pictórica. 

Em suma, ainda que você admita que pôr casais nus num museu expresse algo, não negará que aqueles casais não são obra de nenhum artista como os quadros que estão ali nas paredes. Qualquer pessoa que tenha um mínimo conhecimento de arte sabe que a expressividade de uma obra artística é resultado da capacidade do autor de lidar com os elementos constitutivos de sua linguagem: a linha, a forma, as cores, a matéria pictórica, incutindo-lhes uma significação que só existirá ali. 

 Exemplo: a noite estrelada que Van Gogh pintou é uma invenção única dele que a linguagem da arte possibilita. Não é simplesmente uma ideia, mas o produto de uma ação manual, técnica e semântica no âmbito de um universo linguístico chamado pintura. 

É diferente de simplesmente ter uma ideia, cuja criação em nada depende de você ter ou não capacidade técnica de realizá-la ou o domínio de uma linguagem, qualquer que seja. O artista conceitual não precisa saber fazer, não precisa fazer e, como não possui linguagem, usa o que já existe e que não foi ele quem fez. 

De onde vem então o significado do que não foi feito? Como já disse, tudo o que existe significa, o que não quer dizer que seja uma linguagem, já que esta implica significados inventados por nós. Por isso mesmo, os povos primitivos viam numa montanha um deus ou um demônio. 

A significação de uma coisa, um corpo, um objeto, decorre de sua inserção no sistema simbólico humano. Por exemplo, estar nu em um museu tem significação diferente de estar nu em seu quarto. 

A diferença óbvia é que o museu é um lugar público, o que torna a nudez chocante. Então, pergunto, por que ficar nu no museu é obra de arte e, no quarto, não? 

A resposta óbvia é que, para tornar-se "arte", o nu necessita da instituição museu, ou seja, seu significado não é inerente a ele e, sim, à situação em que se encontra.

 Isso o torna essencialmente diverso do que conhecemos como obra de arte, cujo significado estético só existe nela, na obra e, mais que isso, é expressão de uma linguagem que é anterior a ela e que se amplia nela e em cada nova obra de que o artista crie. A Mona Lisa não precisa do Louvre para ser obra de arte; é o Louvre que precisa dela para ser museu.

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Ferreira Gullar é cronista, crítico de arte e poeta. Escreve aos domingos na versão impressa de "Ilustrada". .

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