Paul Klee: Um quadro em discussão
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Revolução do Viaduto
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Texto extraido do último capítulo do livro de Susanna Partsch - KLEE - da edição original de 1992
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Projeto de Fritz Tamms, para uma ponte da auto-estrada, sobre o Werra (A arte do Terceiro Reich, 1941) |
Em 1937 Paul Klee pintava um dos seus quadros mais célebres. Esta obra encontra-se hoje na «Kunsthalle» , de Hanburgo. Os críticos são unânimes em afirmar que se trata de uma obra de cunho político e histórico, mas as interpretações sobre o seu significado divergem.
Em 1937, realizou-se também em Munique a exposicão «Arte Degenerada», na qual Klee apresentou cinco quadros a óleo, nove aquarelas e três desenhos. Depois, 102 das suas obras foram confiscadas às coleções públicas. Nos seus escritos, Klee nunca se manifestou sobre estes dois fatos.1937 foi também o ano em que Klee recomeçou a pintar, após a interrupção de um ano, por causa da doença. A obra à qual, durante este ano, dedicou mais tempo foi Revolução do Viaduto (Revolution des Viaductes). O tema foi tratado em cinco versões; é sobre a última versão que iremos debruçar-mos. Klee nunca se apresentou em nenhuma exposição. Foi em 1940 que o público a descobriu pela primeira vez, quando da exposição comemorativa de Berna.
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Paul Klee – Revolution
des Viaductes 1937 -
Óleo sobre fundo de óleo sobre algodão
sobre moldura de cunha, 060x050cm –
Hamburgo, Hamburger Kunstha
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O fundo deste pequeno quadro retangular é de um azul relativamente uniforme, que em alguns lugares se torna ligeiramente violeta. Destacando-se deste fundo, arcos de tamanhos e cores diferentes avançam sobre o observador. Mas, em vez de se apresentaram num alinhamento regular, eles formam um amontoado desordenado. O seu tamanho desigual e suas cores vêm acentuar esta impressão. Durante muito tempo, críticos eram unânimes em afirmar que Klee tinha mostrado aqui a ameaça que constituem os movimentos totalitários. Os arcos avançam, assim, «anunciando um mau agouro ao observador» (Geelhaar); um mundo chegado a maturidade vê-se espezinhado e destruído (Haftmann< e Schimidt vê neles as retumbantes legiões castanhas. Num artigo publicado em 1987, Werckmeister pôs em causa, e com razão, estas interpretações. os arcos, nas cores amarela, laranja, rosa e vermelha, uns atarracados, outros finos e altos e outros ainda com pilares de diâmetro desiguais, não simbolizam um «movimento totalitário», que se distingue precisamente pela uniformidade e conformismo e exclui toda a originalidade. Aqui, trata-se manifestamente, de indivíduos todos diferentes uns aos outros.
Klee tinha dado o título de Arcos de ponte diferentes (Brückenbogen treten aus der Reihe) à penúltima versão. Este titulo de um desenho muito semelhante a este quadro sugere uma rejeição da ordem estabelecida. Graças à construção de autoestradas, as pontes ocupavam um lugar importante na arquitetura do Nacional-Socialismo. Os seus arcos bem alinhados, a maior parte das vezes com a mesma altura e largura, simbolizavam a conformidade. Mas os arcos representados por Paul Klee não se conformam com isto. Recusam-se a continuar a ser apenas um ele da cadeia e cada um deles procura existir por si próprio. Por isso, «eles saem da ordem», eles fazem «revolução». Cada um por si, e não a passo certo, vão ao encontro do observador. Estão conscientes da sua força, devido à sua superioridade numérica e, se gostariam de espezinhar qualquer coisa, seria a ordem que os obrigou à conformidade. O quadro, com toda a ameaça nele contida, é uma declaração de guerra contra os nacional-socialistas, que tinham conseguido reprimir toda a individualidade na Arte, sempre que esta recusou a uniformização.
Klee tinha dado o título de Arcos de ponte diferentes (Brückenbogen treten aus der Reihe) à penúltima versão. Este titulo de um desenho muito semelhante a este quadro sugere uma rejeição da ordem estabelecida. Graças à construção de autoestradas, as pontes ocupavam um lugar importante na arquitetura do Nacional-Socialismo. Os seus arcos bem alinhados, a maior parte das vezes com a mesma altura e largura, simbolizavam a conformidade. Mas os arcos representados por Paul Klee não se conformam com isto. Recusam-se a continuar a ser apenas um ele da cadeia e cada um deles procura existir por si próprio. Por isso, «eles saem da ordem», eles fazem «revolução». Cada um por si, e não a passo certo, vão ao encontro do observador. Estão conscientes da sua força, devido à sua superioridade numérica e, se gostariam de espezinhar qualquer coisa, seria a ordem que os obrigou à conformidade. O quadro, com toda a ameaça nele contida, é uma declaração de guerra contra os nacional-socialistas, que tinham conseguido reprimir toda a individualidade na Arte, sempre que esta recusou a uniformização.
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Clique na imagem abaixo e entre na página de Paul Klee e leia mais sobre sua vida e arte em Um artista em essência.
Elma,
ResponderExcluirFui te visitar lá no Caliandra e simplesmente não pude comentar pq não achei a caixa de comentários, por isso estou aqui...
Mas foi bom pq pude conhecer teu blog sobre artes!
bjinhos e lindas fotos do inverno na Caatinga!
Gostas de Van Gogh?
Eu amo!
bjos
Muito bom. Não conhecia o artista. A "Arte Degenerada" é um assunto que sempre me interessou muito.
ResponderExcluirParabéns e ABBÇão.
MarGGa
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ExcluirMuito legal o post^^
ResponderExcluirlegal demais
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